Muralha de Adriano próximo a Greenhead, na Grã-Bretanha.
Fortificação construída em pedra e madeira, situada no norte da Inglaterra, na altura aproximada da atual fronteira com a Escócia. É assim denominada em homenagem ao imperador romano Públio Élio Trajano Adriano. O Império Romano encontrava-se em expansão militar no século II. Porém, o imperador Adriano compreendeu que a manutenção dessa expansão em todas as direções do Império era inviável. Conhecendo a ameaça naquela fronteira, optou por manter o que já havia sido conquistado. Determinou assim iniciar uma muralha, estrutura defensiva com a função de prevenir as surtidas militares das tribos que habitavam a Escócia - os Pictos e os Escotos (denominados de Caledônios pelos romanos) e que assinalava o limite ocidental dos domínios do Império, sob o reinado daquele imperador. Concluída em 126, constitui-se na mais extensa estrutura deste tipo construída na história do Império Romano. Originalmente estendia-se por cerca de 80 milhas romanas, equivalentes a 73,5 milhas (cerca de 118 quilômetros), desde o rio Tyne até ao Oeste da Cúmbria. Para a construção foi empregada a mão-de-obra dos próprios soldados das legiões romanas. Cada "centúria" era obrigada a levantar a sua parte da muralha.
A muralha foi erguida sobre a terra, em aparelho maciço de pedra e turfa, com 4,5 metros de altura por 2,5 metros de largura. O seu topo era percorrido por uma estrada de 1 metro de largura, com o fim de facilitar as comunicações e os transportes. A cada distância determinada havia uma torre de observação, e a cada distância maior existiam quartéis para as tropas de guarnição. Suas ruínas ainda podem ser vistas por vários quilômetros, exemplo na imagem acima na altura de Greenhead, ainda que largas seções tenham sido desmanteladas ao longo dos séculos para aproveitamento da pedra em várias edificações vizinhas ao seu percurso, como a da Igreja de Carlisle.
A Muralha de Antonino localiza-se na Escócia, na fronteira com a Inglaterra. A cerca de 160km ao norte da Muralha de Adriano, trata-se de uma antiga fortificação erguida pelo governador romano da Britânia, Quintus Lollius Urbicus, por determinação do Imperador Antonino Pio, entre os anos 140 e 142. Esta defesa estendia-se por cinquenta e cinco quilômetros desde o estuário do rio Forth, na costa oriental da ilha, no Mar do Norte, até ao golfo de Clyde, na costa ocidental, sobre o mar da Irlanda, e ao longo de uma linha de fortes construídos anteriormente por Cneu Júlio Agrícola.
Mapa da Roma Antiga, com a Muralha Aureliana e seus portões em destaque.
A Muralha Aureliana é um conjunto de muralhas erguidas em Roma, entre 271 e 275, durante o reinado dos imperadores romanos Aureliano e Probo. Englobava todas as Sete Colinas de Roma, além do Campo de Marte e do distrito do Trastevere, na margem esquerda do rio Tibre. As margens do rio situadas dentro dos limites da cidade parecem não ter sido fortificadas, embora o fossem com certeza ao longo do Campo de Marte. A sua extensão total era de 19km, e cercava uma área de cerca de 13,7km quadrados. Os muros foram construídos com concreto, recoberto por tijolos, e têm 3,5 metros de espessura por oito de altura, com uma torre de planta quadrada a cada 100 pés romanos (29,6 m). Reformas realizadas no século V dobraram a altura da muralha para 16 metros; à época, o complexo tinha 383 torres, 7020 almenaras, 18 portões principais, cinco poternas, 116 latrinas e 2066 grandes janelas externas.
Porta Asinaria, Muralha Aureliana
No século III, as fronteiras de Roma haviam se expandido para muito além da área cercada pela antiga Muralha Serviana, construída durante o período republicano, no fim do século IV aC. Roma permaneceu efetivamente sem quaisquer fortificações durante os séculos subseqüentes, período no qual expandiu e consolidou seu império. A necessidade de melhores defesas se tornou aguda durante a crise do século III, quanto tribos bárbaras cruzaram as fronteiras da Germânia e o exército romano teve de lutar para contê-las. Em 270, tribos jutungas e vândalas invadiram o norte da Itália, infligindo uma séria derrota sobre os romanos em Placentia (atual Piacenza), antes de serem rechaçados. Eclodiram ainda diversos distúrbios em Roma no verão de 271, quando os trabalhadores das casas da moeda se revoltaram, e milhares de pessoas morreram nas lutas ferozes que se seguiram. A construção da muralha por Aureliano foi uma medida de emergência, como reação à invasão bárbara de 270. O historiador Aurélio Vítor é explícito ao afirmar que o projeto tinha como meta aliviar a vulnerabilidade da cidade. Pode também ter tido a intenção política de servir como uma declaração de confiança, da parte de Aureliano, na lealdade do povo de Roma, assim como uma demonstração pública de poder. A construção da muralha foi o maior projeto de construção realizado em Roma em muitas décadas, e sua tornou-se um dos símbolos da força contínua de Roma. Levou o tempo consideravelmente curto de cinco anos para ser construída, embora o próprio Aureliano tenha morrido antes do seu fim. A incorporação de edifícios já existentes à estrutura da muralha acelerou o progresso das obras e poupou gastos. Entre os edifícios utilizados estavam o Anfiteatro Castrense, a Castra Praetoria, a Pirâmide de Céstio, e até mesmo uma seção do aqueduto Aqua Claudia, próximo à Porta Maggiore. Acredita-se que até um sexto dos muros construídos tenham sido feitos a partir de estruturas pré-existentes. Uma área atrás das muralhas foi limpada e passagens para as sentinelas foram construídas, permitindo que fossem rapidamente reforçadas em caso de qualquer emergência. O quanto a muralha era realmente efetiva é ainda motivo de disputas, devido ao tamanho relativamente pequeno da guarnição da cidade. Toda a força combinada da Guarda Pretoriana, dos cohortes urbanae e dos vigiles de Roma era de apenas cerca de 25.000 homens - pouquíssimos para defender adequadamente toda a extensão da muralha. No entanto, a intenção militar destes muros não era o de suportar longos cercos, já que os exércitos bárbaros raramente tentavam sitiar cidades, pois não tinham nem equipamentos nem provisões suficientes para estas empreitadas; em vez disso, recorriam a ataques e incursões rápidas, contra alvos que tenham defesas frágeis. A muralha era, portanto, um meio de desencorajar estas táticas. Em 401, durante o reinado de Honório, a muralha e os portões foram reforçados. A esta altura, a Tumba de Adriano, do outro lado do Tibre, foi incorporada, como fortaleza, às estruturas defensivas da cidade. Totila, rei dos ostrogodos, decidiu destruir a muralha em 545, para retirar do Império Bizantino a possibilidade de defender Roma, durante as chamadas Guerras Góticaa. De acordo com o historiador Procópio, cerca de um terço da muralha caiu. A Muralha Aureliana também serviu para definir as fronteiras da cidade de Roma até o século XIX, com grande parte da área construída permanecendo, ao longo dos séculos, dentro dos muros. A muralha também continuou a servir como uma estrutura defensiva militar significante para a cidade de Roma até 20 de setembro de 1870, quando os bersaglieri do Reino da Itália conseguiram derrubá-la, próximo à Porta Pia, e capturaram Roma. Atualmente se encontram notavelmente bem-preservadas, principalmente devido ao seu uso constante como fortificação primordial de Roma. O Museo delle Mura (Museu da Muralha), próximo à Porta San Sebastiano, oferece informações sobre a construção da muralha, e como suas defesas eram operadas. Os trechos mais bem-preservados da muralha se encontram do Muro Torto (Villa Borghese) até Cordo d'Italia e Castro Pretorio; da Porta San Giovanni até a Porta Ardeatina; da Porta Ostiense ao Tibre; e em torno da Porta San Pancrazio.
Passagem para sentinelas, próxima à Porta Metronia.
A chamada Muralha Serviana era uma barreira defensiva construída ao redor da cidade de Roma no início do século IV a.C.. O muro tinha 3,6 metros de espessura, 11km de comprimento e mais de 12 portas. A primeira defesa de Roma consistia sobretudo em um agger erguido ao redor da cidade no início do século VI a.C. e atribuído ao sexto rei romano, Sérvio Túlio. A muralha em tufo do qual se vê resquícios atualmente foi na realidade construída no período da República Romana ao longo do mesmo traçado, reforçada amiúde em substituição ao antigo agger, depois do saque de Roma no século IV a.C. e muito provavelmente utilizando as mesmas fortificações precedentes, das quais restam pouquíssimos traços. Segundo Tito Lívio foram construídas 378 a.C. pelos censores Espúrio Servílio Prisco e Quinto Clélio Sículo. Para acelerar a sua construção foram abertos muitos canteiros de obra simultâneamente.
Muralha Serviana, Roma: Arco de Galiano.
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