sexta-feira, 29 de junho de 2012
Naturismo
Praia de nudismo pode virar resort e cria polêmica entre naturistas e prefeitura. A praia de Tambaba, localizada no litoral sul da Paraíba, vive mais uma entre as tantas polêmicas que já viveu nos últimos 20 anos, desde que foi criada, em 1991. A Sociedade Naturista Amigos de Tambaba (Sonata) está denunciando a pretensão da prefeitura do Conde de querer ceder parte da área naturista a empresários estrangeiros que, segundo a Sonata, ergueriam ali um resort de padrão internacional.
O temor de ameaça à prática naturista levou os adeptos a rapidamente se mobilizarem para elaborar um abaixo-assinado pedindo à prefeitura a criação de uma Área Especial de Interesse Turístico (AEIT). O objetivo do pedido é um só: garantir que, mesmo que o resort seja construído no local, a prática do naturismo não sofra nenhuma forma de intervenção e que seus adeptos possam continuar a frequentando "numa boa". O presidente da Sonata, Daniel Santos, disse ao UOL Notícias que mais de 3.000 pessoas já assinaram o documento, a ser entregue até o final de março à Secretaria de Turismo do Conde, município onde está localizada a praia.
Nossa intenção é preservar a filosofia naturista e os hábitos de quem é adepto da sua prática", disse Santos. "Essa não é a primeira vez que nós, naturistas de Tambaba, nos sentimos ameaçados, não podemos ser prejudicados por interesses particulares.
A atividade turística em Tambaba é forte. Nos fins de semana cerca de 3.000 visitantes tiram as roupas e circulam pela faixa de areia reservada aos nudistas. Nos feriados, o número dobra. Em cada grupo de dez visitantes, nove chegam de outros Estados e países. A praia é dividida em duas partes: uma aberta ao público em geral e outra aberta somente a naturistas. As duas são divididas por uma escada de acesso. Os governos do município do Conde e do Estado da Paraíba garantem a segurança dos turistas.
O secretário de Turismo do Conde, Saulo Barreto, admitiu à reportagem do UOL Notícias a possibilidade de construção de resorts em Tambaba, mas garantiu que a prática do naturismo não será prejudicada. A área é intocável, trata-se de um importante destino turístico no Estado”, afirmou Barreto. Segundo ele, a construção do resort se daria em cima da falésia e em nada afetaria a 'liberdade' dos adeptos do naturismo. “Há muitos grupos estrangeiros interessados em construir resorts na área, mas ainda estamos na fase apenas de planejamento.
Tambaba está localizada no município do Conde, 40 quilômetros ao sul de João Pessoa (PB). Para chegar à praia de Tambaba de carro é preciso fazer o acesso pela BR-101 ou pela PB-008, em direção ao município do Conde. Ambos os caminhos são bem sinalizados com placas indicativas. Após passar em Jacumã, outro destino turístico da Paraíba, chega-se ao Conde.
Quer entrar? Tire a roupa. A frase pode até soar estranha, mas é a senha para ter acesso às praias de naturismo no Brasil. Tirar a roupa nessas praias não é algo celebrado apenas no verão, mas, sim, durante o ano inteiro. Quem decidir entrar precisa cumprir o código ético elaborado pela Federação Brasileira de Naturismo, sobretudo o respeito aos demais frequentadores. No Brasil, a prática do naturismo é permitida nas praias de Tambaba, no município do Conde (PB); Massarandupió, em Entre Rios (BA); Barra Seca, em Linhares (ES); Abricó (RJ); Pinho, no Balneário Camboriú (SC, a primeira do Brasil); Galheta, em Florianópolis (SC); Pedras Altas, em Palhoça (SC); e Olho de Boi (RJ). Há 500 mil praticantes no país.
Os naturistas lutam agora para oficializar a praia de São Sebastião, em São Paulo, como mais uma praia naturista do país. “É preciso percorrer um longo caminho para oficializar uma praia como naturista, não é tão fácil como parece”, explicou o diretor de assuntos especiais da federação, José Antônio Tannus. É preciso autorização das prefeituras para a prática do naturismo, ou seja, todas são regidas por leis municipais.
“Não há como escolher uma praia qualquer e dizer: 'a partir de amanhã esse local será destinado aos naturistas'”, afirmou. Segundo ele, a regulamentação é solicitada quando as praias são utilizadas por adeptos do nudismo. “Quando o uso é frequente, surge o pedido para a regulamentação do local, como acontece com a praia de São Sebastião”, explicou.
“Há outras áreas em andamento, mas ainda não temos um projeto”, disse ele. De acordo com o diretor, a expansão do naturismo no Brasil se tornou mais evidente após a realização do Encontro Nacional de Naturistas, em Tambaba, há três anos, em 2008.
Outra luta é pela aprovação de uma lei no Senado Federal para regulamentar espaços e descriminalizar o naturismo no Brasil. O projeto de lei 13/2000, de autoria do ex-deputado Fernando Gabeira, está paralisado no Senado. “Inclusive a presidência da federação está em Brasília tentando articular o desarquivamento do projeto, que seria de grande importância para os adeptos dessa filosofia de vida”, destacou.
O conceito de naturismo está relacionado diretamente à harmonia com o Meio Ambiente e ao respeito ao próximo. O naturismo no Brasil teve como precursora a atriz Dora Vivacqua, que fundou, em meados dos anos 50, a primeira área naturista do país, na Ilha do Sol, no Rio de Janeiro, visitada por famosos de todo o mundo. O dia do seu nascimento, 21 de fevereiro, é considerado o Dia do Naturismo no Brasil.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Circuito Internacional de CAVERNAS / Monte Rushmore - Dakota do Sul EUA
As cavernas escondem um mundo misterioso. A cada passo, um encantamento diferente, com formações esculpidas ao longo de milhares de anos. Dentro de uma, a sensação é a de ser um verdadeiro explorador, desvendando território novo.
No topo de montanhas cobertas por neve ou debaixo do deserto, cada caverna é única.
Eisriesenwelt - Áustria
Seja verão ou inverno, a temperatura dentro das cavernas de Eisriesenwelt é sempre abaixo de zero. Encravadas no pico dos Alpes austríacos, seus 40 quilômetros de extensão fazem desta a maior caverna de gelo do mundo. Formação de 25 metros impressiona. Ao chegar, o visitante recebe uma lanterna para iluminar o caminho. Depois de subir uma escadaria de 134 metros, a luz fraca ilumina o labirinto e as estalactites ganham contornos que lembram figuras.
Grandes paredões se assemelham a tobogãs. Uma enorme formação maciça impressiona pela altura de 25 metros. Já o Palácio de Gelo é um enorme salão de 400 metros de profundidade. No verão, o derretimento do gelo produz um novo espetáculo, formando lagoas e cascatas. O vento gelado que sopra ali esculpe diferentes formas a cada ano.
Pech Merle - França
Essa é uma autêntica caverna pré-histórica. As rochas do interior estão repletas de pinturas rupestres do período paleolítico, a mais antiga produção artística da qual se tem conhecimento. É possível ver figuras que lembram cavalos, bisões, cervos e mamutes. E também silhuetas de mãos, as chamadas mãos negativas. Destaque para dois cavalos pintados no teto com pontinhos pretos, rodeados por seis mãos e símbolos que permanecem indecifráveis. Testes com carbono-14 revelaram que foi pintado em torno de 25 mil anos antes de Cristo. Há, ainda, pegadas fossilizadas na lama, sobre uma rocha. Ao lado da caverna, fica um museu com exposição de objetos descobertos durante pesquisas arqueológicas como ferramentas, armas e ornamentos. Lanças com pontas de chifres, arpões e artefatos de pedra e osso. Encravada na região dos Pirineus, na cidade de Cabreret, a caverna de Pech Merle é considerada monumento nacional na França e uma das poucas com arte primitiva ainda aberta para os visitantes.
Carlsbad - Estados Unidos Também terra da LEGOLAND
Em meio ao deserto ficam escondidas mais de 80 cavernas, algumas das maiores do mundo. Com boa infraestrutura, dá para percorrer as trilhas sinuosas que são pavimentadas e levam a 250 metros de profundidade. Também é possível pegar uma carona no elevador. Mas não pense que é só moleza: em alguns trechos é preciso rastejar por túneis tortuosos.
Cavernas de Carslbad se escondem sob o deserto. As formações esquisitas receberam nomes de acordo com as figuras que lembram. Uma estalagmite comprida, fina e torta ganhou o nome de Dedo da Bruxa, por exemplo. A Rocha Iceberg é um enorme bloco de pedra que deve pesar 100 mil toneladas. A árvore de Natal é cheia de drapeados de cristais e estalagmites. Mas nada se compara ao Grande Salão, uma câmara subterrânea de 549 metros de extensão e 335 metros de largura, na qual cabem 12 campos de futebol e um edifício de 30 andares. No verão, a cada pôr-do-sol um redemoinho formado por cerca 400 mil morcegos tinge de preto o céu em direção à caverna. Durante a noite, eles comem toneladas de inseto. E não precisa se apressa, o ingresso dá direito a três dias de visitação. As cavernas são consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Waitomo - Nova Zelândia
Na escuridão da caverna, milhares de pontinhos luminosos azulados brilham insistentemente, como estelas no céu. Na verdade, são vagalumes da espécie Arachnocampa Luminosa, encontrados apenas na Nova Zelândia. Os animais tecem ninhos de seda, que pendem do teto como fiozinhos de aspecto elástico. A larva brilha para atrair a presa. O visitante pode ver os animais bem de perto, a bordo de um barco que navega silenciosamente pelo rio subterrâneo, a 250 metros de profundidade. Repare no belo reflexo formado pelo teto iluminado na água e nas formações de estactites e estalagmites. O primeiro nível da caverna costuma ser palco de apresentações musicais graças à boa acústica e à pureza do som. Até a famosa soprano neozelandesa Kiri Te Kanawa já cantou ali, nesta caverna formada há mais de 30 milhões de anos.
Lascaux - França
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste de França, famoso pela suas pinturas rupestres. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, etc., permite pensar tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP. Todavia, certos indícios, tanto temáticos como gráficos levam a pensar que algumas das figuras podem ser mais recentes, sendo tal hipótese, confirmada por datações com Carbono 14, em cerca de 15.500 anos AP. Episódio da série PALETAS, que analisa as simbologias e as técnicas empregadas por artistas em diferentes obras e em distintos momentos da história da arte. As formas, as variações de cor, os contrastes, os aspectos histórico e uma breve biografia do autor são ressaltados como elementos fundamentais para a compreensão estética e geral de cada obra. Não é à toa que esta caverna é chamada de Capela Sistina da arte rupestre. Suas paredes são cobertas por cerca de 600 pinturas de bisões, mamutes e cavalos. Os traços dos desenhos pintados há mais de 17 mil anos são tão refinados que deixaram o pintor Pablo Picasso boquiaberto ao visitar o local na década de 40. “Não inventamos nada!”, disse o mestre do cubismo.
Lascaux: a "Capela Sistina da Arte Rupestre"
Considerada patrimônio da humanidade pela Unesco, a caverna foi fechada ao público há mais de meio século. O dióxido de carbono e a presença de fungos trazidos do exterior comprometiam as imagens, que poderiam desaparecer em pouco tempo. Perto dali, no entanto, há uma réplica perfeita, nos mínimos detalhes. O relevo das galerias, a penumbra do interior e a baixa temperatura são idênticos, assim como os materiais usados para recriar as imagens. Um guia local explica como tudo foi feito.
Postojna - Eslovênia
À beira de um lago, um paredão rochoso esconde uma caverna extensa de 21 Kms. Na boca da gruta, um castelo medieval parece se equilibrar entre as rochas. Para explorar seu interior, um trenzinho elétrico faz a alegria da criançada. Um dos salões da caverna tem acústica tão boa que se tornou palco para apresentações de música. Milhares de pessoas assistem aos espetáculos, que vão de orquestras sinfônicas a festivais de blues. Quer mais emoção? Algumas partes da caverna são abertas apenas aos mais experientes. Só é possível chegar ali em um bote inflável que navega por um rio bem gelado. Tudo na mais completa escuridão.
Uma agência de viagens da Islândia está levando turistas para dentro de um vulcão com a ajuda de gôndolas usadas para limpar janelas de prédios. O vulcão é o Thrihnukagigur e sua última erupção ocorreu há mais de 4 mil anos. Segundo a agência, não há indicações de que ele volte a expelir lava em um futuro próximo.
O vulcão, formado por três crateras, fica a 20 Kms. da região da capital islandesa, Reykjavik.
Os visitantes descem em uma das crateras, divididos com grupos de cinco, por uma gôndola semelhante às usadas para a limpeza de janelas do lado de fora de edifícios. Neste "elevador", os turistas descem 120 metros durante dez minutos, até chegar ao fundo da cratera. Por cerca de uma hora, os turistas podem caminhar pela grande câmara formada dentro do vulcão e observar a grande variação de cores no local. A Islândia fica sobre a junção de duas placas tectônicas e registra grande atividade vulcânica e sísmica - sendo, por isso, estudada com interesse por sismólogos. Em 2010, a erupção de um outro vulcão islandês, o Eyjafjallajokul, paralisou o tráfego aéreo na Europa.
Califato de AL-ANDALUS (Origens de Portugal) - Rio+20
Al-Andalus foi o nome dado à Península Ibérica pelos seus conquistadores islâmicos do século VIII, tendo o nome sido utilizado para se referir à península independentemente do território politicamente controlado pelas forças islâmicas. Desde os finais do século VII que os árabes atacavam as costas do sul da Península Ibérica.
O conde D. Julião, governador visigodo de Ceuta, convida os muçulmanos a desembarcar na península, como forma de retaliação pelo fato da sua filha ter sido raptada pelo rei visigodo Rodrigo. Em Julho de 710 o conde proporciona quatro barcas para que os muçulmanos desembarquem em Tarifa, num ato que serviria para a exploração do terreno.
Em Abril ou Maio de 711, Tariq ibn Ziyad, um antigo escravo que se tinha tornado lugar-tenente do governador da Ifriqiya (uma província do império dos Omíadas, que corresponde à Tunísia), Musa Ibn Nusayr, atravessa o estreito que separa a África da Península Ibérica, e que a partir de então receberia o seu nome (Gibraltar, de Jabal al Tariq, "a montanha de Tariq"), com um exército constituído por árabes e berberes.
Esta invasão resultou não só das ambições islâmicas, mas também da resposta a um apelo lançado por uma das facções visigodas, a dos partidários de Ágila, que eram opositores do rei visigodo Rodrigo.
Em Julho do mesmo ano, o exército islâmico trava uma batalha decisiva com as tropas do rei Rodrigo num local tradicionalmente identificado pela historiografia como o rio Guadalete (Batalha de Guadalete), mas que alguns investigadores consideram ter ocorrido junto ao rio Barbate, e que saldaria na vitória das forças muçulmanas. O rei Rodrigo desapareceu em combate; uma tradição cristã afirma que ele teria sido sepultado em Viseu. Tariq continuaria o seu avanço e conquistaria Toledo, capital do reino visigodo, onde passa o Inverno de 711. Por esta altura, o governador da Ifriqiya chega à península e censura Tariq pelo ato da conquista. O califa omíada de Damasco, al-Walid, nada sabia sobre esta invasão. A chegada dos árabes e dos berberes foi saudada pelos judeus, que tinham sido perseguidos nas últimas décadas do reino visigodo. As determinações de sucessivos concílios da Igreja peninsular tinham contribuído para a discriminação deste segmento populacional: o III Concílio de Toledo determinou o batismo forçado de crianças filhas de casamentos entre judeus e cristãos; o XVI proibiu os judeus de praticarem o comércio com cristãos, o que provocou a ruína de muitas famílias, e o XVII condenou-os à escravatura sob o pretexto de conspirarem, junto com os judeus do norte de África, para a queda do reino visigodo. Muitos judeus abriram as portas das cidades para facilitarem o avanço das tropas islâmicas e ofereceram-se como guardas das cidades ao serviço dos novos senhores.
A conquista islâmica da península seria efetuada num período de cinco anos por Tariq, Musa e Abd al-Aziz (filho de Musa). O território que corresponde ao que é hoje Portugal foi atingido pela expedição de Abd al-Aziz entre 714 e 716. Em 718 ocorreu a Batalha de Covadonga, durante a qual um grupo de cristãos refugiados nas Astúrias, liderados por Pelágio, derrotou os muçulmanos, o que os forçou a se retirarem da região cantábrica. As forças islâmicas levam a cabo várias expedições contra a Gália, mas são detidos em 732 em Poitiers pelo rei Carlos Martel. Até 756 o Al-Andalus teve vinte governadores dependentes de Damasco, tendo em Sevilha, e mais tarde em Córdova, a sua capital.
Mogadouro é uma vila portuguesa, pertencente ao distrito de Bragança.
A história do concelho de Mogadouro acompanhada, desde sempre, a História de Portugal e com ela se identifica plenamente desde a Pré-História até aos nossos dias. Não há, por enquanto, notícias de elementos sobre a passagem do homem por estas terras no Período Paleolítico.
O período Mesolítico está documentado por muitas insculturas rupestres espalhadas pelos vários lugares do concelho, mas os documentos mais importantes são as pinturas da «Fraga da Letra», conservadas ainda no recinto de quartzo vermelho do castro do Castelo de Penas Roias e as figuras da «Fraga do Diabo» junto à ribeira da povoação de Vila dos Sinos. Os dois conjuntos são pinturas esquemáticas de características Levantinas pela cor avermelhada e pelos locais onde se encontram.
A vila de Mogadouro é de origem muçulmana, encontrando-se na região vestígios da presença dos Povos Célticos, Visígodos e Romanos, sendo desconhecida a sua ocupação nos tempos do Paleolítico, por falta de testemunhos materiais. A origem da sua formação é muito antiga, funcionou porém como um ponto estratégico de defesa relevante nos alvores da nacionalidade.
Mogadouro é uma vila portuguesa, pertencente ao distrito de Bragança.
A história do concelho de Mogadouro acompanhada, desde sempre, a História de Portugal e com ela se identifica plenamente desde a Pré-História até aos nossos dias. Não há, por enquanto, notícias de elementos sobre a passagem do homem por estas terras no Período Paleolítico.
O período Mesolítico está documentado por muitas insculturas rupestres espalhadas pelos vários lugares do concelho, mas os documentos mais importantes são as pinturas da «Fraga da Letra», conservadas ainda no recinto de quartzo vermelho do castro do Castelo de Penas Roias e as figuras da «Fraga do Diabo» junto à ribeira da povoação de Vila dos Sinos. Os dois conjuntos são pinturas esquemáticas de características Levantinas pela cor avermelhada e pelos locais onde se encontram.
A vila de Mogadouro é de origem muçulmana, encontrando-se na região vestígios da presença dos Povos Célticos, Visígodos e Romanos, sendo desconhecida a sua ocupação nos tempos do Paleolítico, por falta de testemunhos materiais. A origem da sua formação é muito antiga, funcionou porém como um ponto estratégico de defesa relevante nos alvores da nacionalidade.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Stonehenge - Inglaterra
do inglês arcaico "stan" = pedra, e "hencg" = eixo) é um monumento megalítico da Idade do Bronze, localizado na planície de Salisbury, próximo a Amesbury, no condado de Wiltshire, no Sul da Inglaterra. Constituí-se no mais visitado e conhecido círculo de pedras britânico, e até hoje é incerta a origem da sua construção, bem como da sua função, mas acredita-se que era usado para estudos astronômicos, mágicos ou religiosos.
O Stonehenge é uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinquenta toneladas, onde se identificam três distintos períodos construtivos: O chamado Período I (c. 3100 a.C.), quando o monumento não passava de uma simples vala circular com 97,54 metros de diâmetro, dispondo de uma única entrada. Internamente erguia-se um banco de pedras e um santuário de madeira. Cinquenta e seis furos externos ao seu perímetro continham restos humanos cremados. O círculo estava alinhado com o pôr do Sol do último dia do Inverno, e com as fases da Lua. Durante o chamado Período II (c. 2150 a.C.) deu-se a realocação do santuário de madeira, a construção de dois círculos de pedras azuis (coloridas com um matiz azulado), o alargamento da entrada, a construção de uma avenida de entrada marcada por valas paralelas alinhadas com o Sol nascente do primeiro dia do Verão, e a construção do círculo externo, com 35 pedras que pesavam toneladas. As altas pedras azuis, que pesam quatro toneladas, foram transportadas das montanhas de Gales a cerca de 24 Kms ao Norte. No chamado Período III (c. 2075 a.C.), as pedras azuis foram derrubadas e as pedras de grandes dimensões (megálitos) - ainda no local - foram erguidas. Estas pedras, medindo em média 5,49 metros de altura e pesando cerca de 25 toneladas cada, foram transportadas do Norte por 19 kms. Entre 1500 a.C. e 1100 a.C., aproximadamente sessenta das pedras azuis foram restauradas e erguidas em um círculo interno, com outras dezenove, colocadas em forma ferradura, também dentro do círculo. Estima-se que essas três fases da construção requereram mais de trinta milhões de horas de trabalho. Recolhendo os dados a respeito do movimento de corpos celestiais, as observações de Stonehenge foram usadas para indicar os dias apropriados no ciclo ritual anual. Nesta consideração, é importante mencionar que a estrutura não foi usada somente para determinar o ciclo agrícola, uma vez que nesta região o Solstício de Verão ocorre bem após o começo da estação de crescimento; e o Solstício de inverno bem depois que a colheita é terminada. Desta forma, as teorias atuais a respeito da finalidade de Stonehenge sugerem seu uso simultâneo para observações astronômicas e a funções religiosas, sendo improvável que estivesse sendo utilizado após 1100 a.C.. A respeito da sua forma e funções arquitetônicas, os estudiosos sugeriram que Stonehenge - especialmente os seus círculos mais antigos - pretendia ser a réplica de um santuário de pedra, sendo que os de madeira eram mais comuns em épocas Neolíticas. No dia 21 de Junho, o Sol nasce em perfeita exatidão sob a pedra principal. Segundo dados mais recentes, obtidos por arqueólogos chefiados por Mike Parker Pearson, Stonehenge está relacionada com a existência do povoado Durrington. Este povoado formado por algumas dezenas de casas construídas entre 2600 a.C. e 2500 a.C., situado em Durrington Walls, perto de Salisbury, é considerada a maior aldeia neolítica do Reino Unido. Segundo os arqueólogos foi aí encontrada uma espécie de réplica de Stonehenge, em madeira.
Denominado pelos Saxões de "hanging stones" (pedras suspensas) e referido em escritos medievais como "dança dos gigantes", existem diversas lendas e mitos acerca da sua construção, creditada a diversos povos da Antiguidade. Uma das opiniões mais populares foi a de John Aubrey. No século XVIII, antes do desenvolvimento dos métodos de datação arqueológica e da pesquisa histórica, foi quem primeiro associou este monumento, e outras estruturas megalíticas na Europa, aos antigos Druidas. Esta idéia, e uma série de falsas noções relacionadas, difundiram-se na cultura popular do século XVII, mantendo-se até aos dias atuais. Na realidade, os Druidas só apareceram na Grã-Bretanha após 300 a.C., mais de 1500 anos após os últimos círculos de pedra terem sido erguidos. Algumas evidências, entretanto, sugerem que os Druidas encontraram os círculos de pedra e os utilizaram com fins religiosos. Outros autores sugeriram que os monumentos megalíticos foram erguidos pelos Romanos, embora esta idéia seja ainda mais improvável, uma vez que os Romanos só ocuparam as Ilhas Britânicas após 43, quase dois mil anos após a construção do monumento. Somente com o desenvolvimento do método de datação a partir do Carbono-14 estabeleceram-se datas aproximadas para os círculos de pedra. Durante décadas não foram formuladas explicações plausíveis para a função dos círculos, além das suposições de que se destinavam a rituais e sacrifícios. O mais famoso monumento da pré-história pode ter sido um centro de cura, para onde iam peregrinos há mais de 4.500 anos. A afirmação é de um grupo de arqueólogos que trabalha, desde o começo do mês, nas primeiras escavações em mais de 40 anos no monumento. O grupo acredita ter encontrado indícios que podem, finalmente, explicar os mistérios da construção de blocos de pedra. A equipe descobriu um encaixe que, no passado, abrigou as chamadas pedras azuis, rochas vulcânicas de tom azulado, a maioria já desaparecida, que formava a primeira estrutura construída no monumento. Eles acreditam que as pedras azuis podem confirmar a tese de que Stonehenge era um local onde as pessoas iam em busca de cura.
Nas décadas de 1950 e de 1960, o professor Alexander Thom, coordenador da Universidade de Oxford e o astrônomo Gerald Hawkins abriram caminho para um novo campo de pesquisas, a Arqueoastronomia, dedicado ao estudo do conhecimento astronômico de civilizações antigas. Ambos conduziram exames acurados nestes e em outros círculos de pedra e em numerosos outros tipos de estruturas megalíticas, associando-os a alinhamentos astronômicos significativos às épocas em que foram erguidos. Estas evidências sugeriram que eles foram usados como observatórios astronômicos. Além disso, os arqueoastrônomos revelaram as habilidades matemáticas extraordinárias e a sofisticação da engenharia que os primitivos europeus desenvolveram, antes mesmo das culturas egípcia e mesopotâmica. Dois mil anos antes da formulação do teorema de Pitágoras, constatou-se que os construtores de Stonehenge incorporavam conhecimentos matemáticos como o conceito e o valor do (Pi) em seus círculos de pedra. A explicação científica para a construção está no ponto em que o monumento tenha sido concebido para que um observador em seu interior possa determinar, com exatidão, a ocorrência de datas significativas como solstícios e equinócios, eventos celestes que anunciam as mudanças de estação. Para isto basta se posicionar adequadamente entre os mais de 70 blocos de arenito que o compunham e observar-se na direção certa. Esta descoberta se deu em 1960, demonstrando, através da arqueologia, que os povos neolíticos, 3000 anos antes de Cristo, já tinham este conhecimento. A importância estaria vinculada diretamente à agricultura dos povos da época. Segundo o historiador Johnni Langer, a vida dos povos agrícolas está ligada ao ciclo das estações, e o homem pré-histórico precisava demarcar o tempo para saber quais eram as melhores épocas para colheita e semeadura, e a observação do céu nasceu daí.
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