sexta-feira, 11 de maio de 2012
MOGI ou MOJI... Mirim - Guaçu e das Cruzes / SP (Brasil)
Moji com "j"
A língua falada pelo Brasil-Colônia, mistura de português do colonizador, da língua indígena dos primitivos habitantes, dos africanismos, dos falares vulgares e das línguas trazidas pelos grandes grupos étnicos que se estabeleceram, chegou às primeiras décadas do século XX necessitando de medidas disciplinadoras, principalmente em sua ortografia, a fim de ser instrumento apto, confiável e capaz de estabelecer comunicação precisa e eficiente para um povo em busca de sua real liberdade, hegemonia e progresso. Com base no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia de Ciências de Lisboa (1940), surge no Brasil o Formulário Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado unanimemente pela Academia Brasileira de Letras no dia 29jan1942 e, posteriormente, ratificado na Convenção Ortográfica celebrada entre Brasil e Portugal em 29dez1943. Este acordo entrou em vigor com o Decreto nº 14.533 de 18jan1944, em caráter nacional, que, em seu artigo III, diz: “...nenhuma providência legislativa deverá ser, no futuro, posta em vigor por qualquer dos dois governos, sem prévio acordo com o outro, depois de ouvidas as duas Academias.". Em 1971, a Lei 5.675 promove-lhe três alterações:
o uso do trema nos hiatos tônicos;
o uso do acento diferencial;
o uso do acento circunflexo e grave na sílaba subtônica dos vocábulos derivados.
Graças ao Vocabulário Ortográfico houve uma grande simplificação e disciplinamento na ortografia da língua, quer nos nomes próprios ou comuns, porque, caso contrário, até hoje se escreveria, por exemplo: asthma para asma, psalmo para salmo, pharmacia para farmácia, gymnasio para ginásio etc. E os nomes próprios seriam: Brazil para Brasil, São Luiz para São Luís, Minas Geraes para Minas Gerais, Jundiahy para Jundiaí, Parahyba para Paraíba entre outros. Note-se que estes são nomes realmente históricos de lugares seculares e que souberam, perfeitamente, se adequar à Ortografia Oficial exigida, que emana de leis federais e que devem ser cumpridas em todo Território Nacional, posto que não existe ortografia regional ou municipal. A partir desse Acordo, a língua portuguesa organizou-se e, nos seus muitos artigos, elucidou dentre outros aspectos: o Alfabeto, a Divisão Silábica, o Uso das Letras , a Ortografia dos Vocábulos e o Uso dos Nomes Próprios. Quanto aos nomes próprios, quer Topônimos ou Antropônimos (nomes de lugares e de pessoas) diz o Acordo: “...de qualquer natureza, portugueses ou aportuguesados, estão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes comuns.”. Assim, o Acordo orienta que, com relação aos tupinismos, africanismos ou palavras exóticas, deve-se escrever:
Com “c” ou “ç” os vocábulos em que ocorre o som “cê”: Juçara, Jaci, Iguaçu, Jacira, Iracema, Piracicaba, Muçum, voçoroca, araçá, uruçu, maçaranduba e outros;
Com “j” os vocábulos em que ocorre o som “jê”, por exemplo: jiboia, pajé, pajurá, Jataí, Jequié, mujangue, pajelança, jenipapo, muirajuçara, Jerumirim, Moji;
Com “x” o som “xê”, como em : xará, xuri, Xavante, xué, xuê-guaçu, xopotó, uxipuçu, Xingu etc.
Evidencie-se que, no uso do hífen, dizem os Acordos de 1943, 1971 e 1990 que, nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani, que representem formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim só haverá hífen, como exceção, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos: aimoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, jacaré-mirim, Guajará-mirim, xuê-guaçu e outros. Como sufixo é forma presa ao radical que modifica, a não ser na exceção supracitada, conclui-se que se grafam corretamente: Botumirim (MG), Ibitimirim (MG), Itapemirim (ES), Guapimirim (RJ), Manhumirim (MG), Itajimirim (BA), Javarimirim (PA), Ibimirim (PE), Paramirim (BA), Guamirim (RS), Ipaumirim (SE), Ipumirim (SC), Jurimirim (SP), bem como: Ipuaçu (SC), Ipaguaçu (CE), Manhuaçu (MG), Jaguaraçu (MG), Ituguaçu (PE), Jambuaçu (PA), Ibitiguaçu (RJ), Peruaçu (MG), Paraguaçu (SP) e tantas mais. Sendo o nome da cidade um tupinismo composto de dois radicais: mboi= cobra + “i” ou “y” = água e um sufixo adjetivo “mirim” = pequeno, conclui-se que a ortografia correta, obedecidos aos Acordos firmados em 1943, 1971 e 1990 (sendo que este último começou a ser posto em execução nacional em 2008) - e às leis que os oficializam – é Mojimirim. Conforme orientavam os Acordos anteriores, não houve modificação no uso do hífen nos tupinismos.
Mogi com "g"
Analisando os componentes do nome Mojimirim constata-se que a grafia “Moji” com “g” é um radical de origem grega “mógis” que significa “com dificuldade”, “com sofrimento”, e que aparece no início de uma série de distúrbios físicos, como: mogiartria= dificuldades na fala; mogifasia= dificuldade na emissão de palavras; mogifonia= limitação na emissão de sons; mogigrafia = impossibilidade de mover os músculos do polegar e do indicador; mogilalia= gagueira; mogitocia= doença, dificuldade que ocorre durante o parto, etc. Como consequência, a grafia do nome da cidade com “g” deixa de relacioná-la ao significado original que tem no tupi-guarani, ou seja: “água que imita a cobra com suas curvas”, “pequena cobra d’água” ou, como querem alguns, "rio pequeno das cobras” (referindo-se ao rio Mojimirim). O próprio "Vocabulário Tupi-Guarani” nas páginas 16, 227 e 228 explica que Mogi(Mogy)assim escrito em tupi, está errado, pois deverá então ser pronunciado “Mogüi”, motivo pelo qual deve ser escrito sempre com “J” = Moji, como citam explicitamente as fontes apropriadas para elucidarem a correta grafia das palavras. Todavia, não há uma padronização dos documentos do município, sejam eles expedidos localmente ou mesmo pelo estado, por meio de instituições como a secretaria de segurança pública ou o Detran, que grafam o nome em diversas grafias, como Mogi Mirim, Mogi Mirim, Moji Mirim, Moji-Mirim etc. Tal obrigatoriedade da atualização ortográfica do topônimo reflete-se em seu gentilício, escrito com "j": mojimiriano.
Mogi Mirim (SP) ou Mojimirim (SP) é um município brasileiro do estado de São Paulo, com vocação industrial e agrícola. Localiza-se a uma latitude 22º25'55" sul e a uma longitude 46º57'28" oeste, estando a uma altitude de 590 metros. Segundo o censo do IBGE de 2010, Mogi Mirim tem uma população de 86.244 habitantes.
Seleção de imagens da antiga Cia. Mogyana ao som do "Trenzinho do Caipira", de Villa-Lobos. Uma homenagem a uma das ferrovias mais importantes do país e a seus dedicados ferroviários. A Cia. Mogyana foi fundada em 1872 para transportar a safra de café do interior paulista. Sua diretriz era a antiga rota do Anhangüera rumo a Goiás. Embora não tenha sido possível completar seu objetivo, tendo sua linha tronco parado em Araguarí, no Triângulo Mineiro, suas linhas se expalhavam pelo Nordeste Paulista (ainda hoje chamado de Alta Mogiana), região de Amparo e Serra Negra, Sul de Minas e Triângulo Mineiro, somando aproximadamente 2.000 km. Ela foi a primeira ferrovia paulista a cruzar a fronteira de São Paulo, chegando em Jaguara em 1888, onde também explorou a navegação a vapor no Rio Grande. Em 1971, poucos meses antes de completar seu Centenário, a Cia. Mogyana foi extinta e seu patrimônio e quadro de pessoal, juntamente com os das antigas Cia. Paulista, E. F. Sorocabana, E. F. Araraquara e E. F. São Paulo e Minas, passou a constituir a FEPASA, hoje também extinta.
Seu nome, de origem tupi, tem como interpretação mais aceita "pequeno rio das cobras", ou para alguns, "pequeno rio que serpenteia como cobra", mesmo porque não há, na região, nenhum registro de serpentário. O povoado da região, que era habitada por índios caiapós, iniciou-se por volta de 1720, com a passagem de bandeirantes paulistas que se dirigiam ao estado de Goiás em busca de ouro. O arraial de Mojimirim já possuía bom número de habitantes em 29jul1747, quando começaram a ser cavados os alicerces da primitiva igreja Matriz de São José. A freguesia foi criada em 1751, desmembrada da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo, atual Mogi Guaçu. A elevação da freguesia de São José de Mogi Mirim a vila se deu em 22out1769, após cisão do município de Jundiaí. A vila de São José de Mogi Mirim passou a abranger um enorme território, com limites no rio Atibaia e no rio Grande, este na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Com o passar do tempo, foram se formando arraiais e povoados como Franca, Casa Branca, Rio Claro, Mogi Guaçu, Itapira, São João da Boa Vista, Serra Negra, Pinhal e inúmeros outros. Pela lei nª17, de 3abr1849, o presidente da província de São Paulo, padre Vicente Pires da Mota, elevou a vila de Mogi Mirim à categoria de cidade. Por lei provincial de 17jul1852, Mogi Mirim passou a ser sede de comarca. Em 1886, os fazendeiros de Mogi Mirim começaram a angariar o trabalho de imigrantes estrangeiros, principalmente italianos, espanhóis e, posteriormente, sírio-libaneses e japoneses, que tiveram importante participação nas plantações de café e de algodão e nas ferrovias da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. A lei nº 4.974, vigente desde 11jun2010, estabelece a oficialização da grafia do Município como “Mogi Mirim”, pela vontade da maioria dos representantes legítimos da grei mogimiriana, em decisão soberana do plenário do Legislativo.
Mogi Guaçu é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude 22º22'15" sul e a uma longitude 46º56'38" oeste, estando a uma altitude de 591 metros. Sua população é de 137.286 habitantes e possui uma área de 885,00 km².
Cortada pelo rio que originou seu nome, cujo significado na língua dos primeiros habitantes é "Grande Rio Que Serpenteia" (cuja polêmica abre possibilidade de serem da tribo tupi-guarani ou caiapós). Traduz-se equivocadamente há vários anos como "Rio Grande Das Cobras", mas essa é a tradução ao 'pé-da-letra'. Com a chegada dos bandeirantes, que viajavam rumo ao oeste mineiro e a Goiás, em busca do ouro, a população indígena foi diminuindo e, às margens do rio Mojiguaçu, foi formado um vilarejo para dar pouso aos desbravadores. O desenvolvimento econômico começou com a produção de café e a instalação do ramal ferroviário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1875). Em 9abr1877 a Freguesia de Conceição do Campo tornou-se Mogi Guaçu. Passou a ser comarca somente em 30dez1966. Com a abolição da escravatura, deu-se início à fase industrial através de imigrantes italianos que instalaram as primeiras cerâmicas - o pioneiro foi o Padre José Armani com sua fábrica de telhas. Isso se deve à grande quantidade de um tipo de argila encontrado no município, chamado taguá.
Hoje, Mogi Guaçu tem um perfil diversificado, abrigando empresas do ramo de papel e celulose, de alimentação, de metalurgia e de cosméticos, entre outras espalhadas nos cinco distritos industriais. Além da diversificação industrial, uma características de poucos municípios, Mogi Guaçu também se destaca pela sua produção agrícola da laranja (que ocupa o terceiro lugar na produção estadual) e do tomate (terceiro lugar na produção do estado). O comércio também alcançou uma independência, atraindo consumidores de cidades vizinhas. O comércio cresceu em torno da igreja matriz Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que se tornou a padroeira do município, localizada na praça Rui Barbosa, conhecida como Recanto. Os movimentos culturais também formam a história do município. Há 22 anos é realizado o Feteg (Festival de Teatro do Estudante Guaçuano), há 21 o Encontro de Coros. O Centro Cultural abriga a Escola Municipal de Iniciação Artística (Emia) e o Teatro Municipal Tupec com capacidade para 450 lugares. No esporte, um dos eventos mais tradicionais é a Maratona Esportiva Guaçuana, que é realizada há 32 anos. Mogi Guaçu teve o segundo maior terremoto registrado no estado de São Paulo (5,1 richter) Os dados sobre o terremoto do dia 27jan1922 foram registrado pela estação sismográfica do Observatório Nacional no Rio de Janeiro. Naquela época, a cidade era pobre e rural tinha poucos habitantes (cerca de 11 mil), mas provocou rachaduras em diversos imóveis e quedas de objetos na casas dos moradores, que acordaram assustados aquela noite. Relatam os antigos moradores que foram sentidos abalos na região inteira.
Vista panorâmica de Mogi das Cruzes a partir da Serra do Itapety.
Mogi das Cruzes é um município brasileiro do estado de São Paulo, localizado na microrregião de mesmo nome e na mesorregião de São Paulo. Mogi das Cruzes está localizado na região metropolitana da capital paulista. A população em 2010 segundo o Censo demográfico era de 387.779 habitantes, o que resulta em uma densidade demográfica de 543,65 hab/km². É também o maior e mais desenvolvido município da Região do Alto Tietê.
Mogi das Cruzes começou como um povoado, por volta de 1560, servindo como um ponto de repouso aos bandeirantes e exploradores indo e vindo de São Paulo, entre eles Brás Cubas. Gaspar Vaz Guedes foi responsável pela abertura da primeira estrada entre a capital e Mogi, iniciando o povoado, posteriormente elevado à "Vila", com o nome "Vila de Sant'Ana de Mogi Mirim". O fato foi oficializado em 1set1611. Em 13mar1865 foi elevada à cidade, e em 14abr1874 à comarca. Mogi das Cruzes acolhe colônias de todos os cantos do mundo, com destaque especial para a colonização japonesa, com uma grande quantidade de japoneses e seus descendentes (aproximadamente 8% segundo a prefeitura), que já estão em sua terceira geração no município. Além disso, o município possui uma considerável população nordestina, sendo que a maioria veio para Capital e depois mudou-se para Mogi das Cruzes em busca de qualidade de vida.
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