terça-feira, 17 de junho de 2008

Bezerros & Papangu / PE



População: 57.371 habitantes / Área: 493 km2 / Distância da capital: 101 km
Acessos: BR-232.

História

A origem de Bezerros data de 1740. Nessa época foi implantado um grande comércio de gado, iniciando o povoamento do local.
Algumas versões da história de Bezerros tentam explicar o nome da cidade. A primeira diz respeito ao sobrenome da família "Bezerra", que foi a primeira proprietária das terras. A segunda diz que o local foi, primitivamente, uma queimada de bezerros.

A terceira conta que um dos filhos da família Bezerra se perdeu na reserva florestal, tendo sido feita uma promessa a São José, sendo a criança encontrada com vida, ao pé de frondosa árvore onde foi erguida uma Capela sob a invocação de São José dos Bezerros.

O município é formado pelos distritos sede, Sapucarana e Boas Novas e pelos povoados de Serra Negra, Sítio dos Remédios, Cajazeiras e Areias.

Anualmente, no dia 18 de maio Bezerros comemora a sua emancipação política.

O padroeiro da cidade é São José.



Economia

Bezerros é um município promissor, tendo em vista sua relação direta com a capital do Estado. Isso se deve principalmente à sua proximidade da capital e também por suas condições favoráveis ao lazer, proporcionando tranquilidade com seu clima ameno.

O comércio, a indústria, a agricultura e o turismo são as principais atividades do município de Bezerros. A maior movimentação econômica da cidade se dá nas épocas festivas como Carnaval e São João. Só no Carnaval, Bezerros recebe mais de 100 mil pessoas nos dia de folia.

O município conta com mais de 650 estabelecimentos comerciais, na sua maioria varejistas, devidamente registrados nos ramos de confecções, armarinhos, ferragens, produtos agrícolas, mercearias, supermercados, panificadoras, postos de gasolina etc.

No setor industrial, até mesmo nos menores estabelecimentos de fabricação, beneficiamento e transformação de matéria-prima, as atividades são bastante diversificadas. São fábricas de doces, gêneros alimentícios, bebidas, olarias, cerâmicas, pré-moldados, plásticos e serrarias.

Na agricultura, as principais culturas temporárias são tomate, couve-flor, repolho, pimentão e pepino. A cultura de subsistência é o milho e o feijão, e na pecuária sobressai a criação de bovinos, suínos, ovinos e caprinos, além de uma grande quantidade de granjas, tornando o município um pólo de distribuição.



Papangus

Personagens indispensáveis no carnaval de Pernambuco, os papangus são hoje alegres foliões mascarados que circulam pelas ruas das cidades, dando um colorido especial à festa. Mas, nem sempre foi assim. Originalmente, os papangus eram figuras grosseiras e temidas que acompanhavam as procissões religiosas, tocando trombeta e dando chicotadas em quem atrapalhasse o cortejo.

Veja, aqui, o que alguns estudiosos da cultura popular dizem sobre esses famosos tipos:

Em artigo sobre as procissões religiosas em Pernambuco, publicado pela Revista de História Municipal, em junho de 1978, Renan Pimenta Filho assim descreve os papangus: “Indivíduo que ia à frente da Procissão de Cinzas (realizada na quarta-feira de cinzas no Recife e em Olinda) encarregado de tocar corneta anunciando o cortejo. Ele vestia uma túnica de tecido escuro, tinha a cabeça e o rosto cobertos por um capuz branco com três buracos – um na boca e dois nos olhos. Levava um chicote com o qual batia nos moleques que tentavam perturbar o desfile religioso.

Atrás do papangu, vinham as várias alas da procissão”.



No Dicionário do Folclore Brasileiro, Luís da Câmara Cascudo informa que “o termo papangu vem de uma espécie grosseira, assim apelidada, e que, à espécie de farricoco

(NR. encapuzado que acompanhava as procissões de penitência tocando trombeta de vez em quando), tomava parte nas extintas procissões de cinzas, caminhando a sua frente, armado de um comprido relho (chicote de couro torcido), com que ia fustigando o pessoal que impedia a sua marcha”.



Figura temida, sobretudo pelas crianças, o papangu que puxava as procissões religiosas começou a ser questionado até que, em 1831, foi proibido, através das Posturas da Câmara Municipal do Recife: “Ficam proibidos os farricocos e papangus, figura de morte e de tirano, nas procissões que a Igreja celebra no tempo da Quaresma”.

Depois dessa proibição, o termo papangu passou a denominar tudo o que fosse agressivo, grosseiro. Em 1846, circulou no Recife um jornal político, de linha editorial panfletária, sob o título de “O Papa-Angu”.



Atualmente, como todo bom folião sabe, os papangus são apenas alegres mascarados que enchem as ruas das cidades pernambucanas, nos dias de carnaval. O município de Bezerros, a 100 quilômetros do Recife, é a região do Estado que apresenta a maior concentração desse tipo de carnavalesco.

Ali, segundo os moradores, os primeiros papangus de que se têm notícias surgiram na década de 1930. Eram os chamados “papangus pobres”, que trajavam roupas velhas e máscaras rústicas confeccionadas com papel jornal e goma.



A partir dos anos 1960, os papangus de Bezerros ficaram mais numerosos, embora uns ainda usando fantasias pobres, mas outros já exibindo batas coloridas e máscaras bem trabalhadas.



A partir da década de 1990, depois que a televisão começou mostrar aquela característica do carnaval da cidade, os papanguns bezerrenses passaram a usar máscaras sofisticadas, confeccionadas com todo tipo de material e desenhadas por artistas plásticos locais ou de outras regiões do Estado.

A “brincadeira” cresceu tanto que, hoje, a cidade é conhecida como a Terra dos Papangus.

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